Timorenses voltam às urnas para o segundo turno: Ramos Horta ou Lú Olo?

Horta Guterres

José Ramos-Horta, à esquerda, e Francisco Guterres "Lu Olo", à direita, vão disputar o segundo turno das eleições presidenciais do Timor-Leste já amanhã. Source: EPA/ANTONIO DASIPARU / AP Photo/Lorenio Do Rosario Pereira

Timor-Leste vai escolher um novo presidente neste dia 19 de abril depois de uma eleição de dois turnos que expôs rivalidades históricas entre as duas maiores forças política do país. No segundo turno o apoio dos 14 candidatos derrotados é crucial para a vitória.


No primeiro turno José Ramos-Horta venceu com boa liderança e 46,5 por cento dos votos populares.

Junto com Ramos-Horta no segundo turno está o Presidente em exercício, Francisco 'Lú Olo' Guterres, da Fretilin, que terminou em segundo com 22,1 por cento. 

Com os outros 14 candidatos do primeiro turno já eliminados, a disputa do segundo turno tem uma dinâmica diferente: os candidatos eliminados apoiam publicamente um dos dois candidatos restantes.
Mas com Ramos-Horta tão perto do limite necessário de 50 por cento dos votos, precisando de apenas 30 mil votos adicionais, o significado dos endossos dos candidatos derrotados é crucial.

Além do apoio de Xanana Gusmão, Ramos-Horta já garantiu o apoio de vários candidatos no segundo turno, mais notavelmente Mariano Sabino do Partido Democrata, que ficou em quinto lugar com 7,3 por cento dos votos.
Enquanto Lú Olo enfrenta uma batalha difícil, ele tem o apoio dos três partidos que dominam o atual governo – o seu próprio partido Fretilin, o PLP de Taur Matan Ruak, e a estrela em ascensão da política timorense, o partido KHUNTO, de base rural.

Berta dos Santos, de KHUNTO, atual vice-PM, terminou em terceiro lugar na corrida presidencial com 8,7% dos votos nacionais.

Timor vai votar e segue no coração dos portugueses 

O palco eleitoral é pequeno, apenas 860 mil eleitores inscritos, mas desde a luta pela independência Timor ficou no coração dos portugueses.


Os mídia nestes últimos anos têm estado distantes, mas para a diplomacia portuguesa Timor-Leste é sempre um assunto seguido com grande atenção e desejo de conquista de estabilidade.


Dili é a capital mais longe de Lisboa no universo da CPLP, mas é das que está mais no coração.
 
Na final desta eleição presidencial a acontecer na próxima terça-feira, frente a frente estão o Nobel da Paz e ex-presidente e ex-primeiro-ministro José Ramos Horta (teve 46,5% dos votos na primeira volta), e o atual presidente, Francisco Guterres Lú Olo que recebeu apenas 22,1%.


É um confronto entre velhos companheiros na luta pela independência, agora em rumos diferentes.


Lú Olo é o candidato da histórica Fretilin, de Alkatiri. Ramos Horta é apoiado pelo CNRT de Xanana Gusmão.
 
A vantagem de Horta na primeira vota coloca-o como claro favorito, mas há que esperar pelos resultados, provavelmente já na quarta-feira.
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