Quase 1.500 timorenses na Austrália poderão votar para as eleições presidenciais do Timor-Leste neste sábado

Horta Guterres

Jose Ramos-Horta, ex-presidente, e Francisco Lu-Olo Guterres, atual líder, devem ir para um segundo turno Source: EPA/ANTONIO DASIPARU / AP Photo/Lorenio Do Rosario Pereira

Seções de votação estarão abertas em Sydney, Melbourne e Darwin. Só no último dia 11 foi decidido pelo tribunal de recursos do Timor-Leste que os timorenses que vivem na Austrália poderiam votar nessas eleições presidenciais. Decisão foi tomada após recurso de dois candidatos contra decisão anterior da Comissão Nacional Eleitoral, CNE, de que os 1.487 eleitores timorenses na Austrália não poderiam votar nesse pleito.


Foi uma decisão de última hora. A Comissão Nacional Eleitoral do Timor-Leste, CNE, divulgou no começo deste mês que não realizaria as eleições presidenciais do Timor para eleitores do país que vivem na Austrália.
 
Mas dois dos principais candidatos, Francisco Guterres "Lu Olo", atual presidente, e Jose Ramos-Horta, ex-presidente, entraram com recurso no tribunal, baseados no argumento de que a decisão do CNE violava a constituição, e o tribunal de recursos divulgou sua decisão final no último dia 11, de que as eleições seriam sim realizadas na Austrália.
 
Segundo dados da Secretaria Técnica de Administração Eleitoral do Timor-Leste, STAE, estão registrados no órgão 1.487 eleitores timorenses que vivem na Austrália. 7.113 é o número total de eleitores timorenses que estão fora do país e aptos a votar este ano. Eles estão localizados na Coréia do Sul, no Reino Unido, na Irlanda do Norte e em Portugal. 
 

Resumo da notícia:
  • Timorenses na Austrália podem votar
  • Como e onde votar
  • Panorama das eleições presidenciais do Timor-Leste


Na segunda-feira desta semana seis membros da Secretaria teriam deixado o Timor rumo à Austrália para conduzir a votação de sábado no país, a ser realizada em três cidades: Darwin, Sydney e Melbourne, através de cédulas de papel.
 
Se você é timorense, está em uma dessas cidades, quer votar e não sabe como, entre em contato com a embaixada do Timor-Leste na Austrália, através do telefone 02 6260-4833. Poderão votar os timorenses que já tem o registro na Secretaria Técnica de Administração Eleitoral do Timor-Leste, STAE, feito nas eleições passadas, em 2017, e possuem o cartão eleitoral. 
 
Locais de votação na Austrália
 
A SBS em Português conversou com um porta-voz da embaixada do Timor-Leste em Camberra, que divulgou que são elegíveis a votar na Austrália para as eleições presidenciais no Timor os eleitores que votaram nas eleições passadas, em 2017, e já possuem o registro junto à Secretaria Técnica de Administração Eleitoral do Timor-Leste, STAE, e o cartão eleitoral, que deve ser apresentado no momento do voto. Também podem ser apresentados o passaporte ou o cartão de identidade dentro da validade para identificar o eleitor na hora da votação. É importante que o endereço residencial do eleitor seja na mesma cidade onde vai votar. O horário da votação na Austrália vai seguir o do Timor, e será entre 7h da manhã e 15h (AEDT).
 
Os locais de votação são os consulados do Timor-Leste nas cidades de Darwin, Sydney e Melbourne, com endereços listados abaixo: 
 
Território do Norte (NT): 
Consulado-Geral do Timor-Leste
Unit 2, Level 5, 21 Lindsay Street , Darwin, NT 0801
Telefone: 08 8941 0239
 
Nova Gales do Sul (NSW):
Consulado-Geral do Timor-Leste
Suite 7, Level 7, 247 Coward Street, Mascot, NSW 2020
Telefone: 02 9228 4060/61
 
Victoria:
Consulado-Geral do Timor-Leste
Ground floor 301 Flinders Lane , Melbourne, VIC 3000
Telefone: 03 9614 4615

 
Panorama das eleições deste ano no Timor
 
Sobre o panorama das eleições deste ano no Timor, a popularidade tem muita influência na política por lá.
Para o atual líder do Timor Leste, Francisco Guterres "Lu Olo", que tem milhares de apoiadores, agricultura, saúde, educação e a manutenção da estabilidade do país são as principais prioridades. 
 
"Vocês estão todos prontos para ficar comigo, então estou pronto para concorrer à presidência pela segunda vez. Prometo que, se reeleito em 19 de março, liderarei o povo de acordo com a lei e a constituição."
 
O ex-líder da guerrilha concorre com outros 15, constituindo o maior grupo de candidatos a disputar uma eleição no Timor desde a sua independência em 2002.
 
Em 1999, um referendo para obter a independência atraiu grande apoio, encerrando uma ocupação indonésia brutal de 24 anos que deixou mais de 170 mil mortos. Desde então, o Timor-Leste teve eleições a cada cinco anos, muitos lutando na resistência que agora lidera o país.
 
Entre os candidatos, a maior ameaça de Francisco Guterres é o ex-presidente Jose Ramos-Horta.
 
Esta semana Ramos-Horta viu uma enorme manifestação de apoio à sua candidatura mas terminou seu comício mais cedo para evitar um confronto entre apoiadores rivais.
 
Ele disse: "Temos um povo muito politizado que sabe exatamente o que quer, em quem quer votar e isso é realmente admirável."

A diversificação econômica longe da dependência do país em petróleo e gás faz parte de sua campanha, mas de forma controversa ele espera dissolver o parlamento, acusando o atual líder de ser inconstitucional. 
 
"Nos próximos cinco anos teremos desafios excepcionais em termos de fortalecimento de nossas instituições democráticas para reparar os danos causados pelo atual presidente."
 
Nova geração na disputa

Uma nova geração espera se afastar das amargas rivalidades históricas. Virgílio da Silva Guterres é o chefe do conselho de imprensa e um dos candidatos. "Quero convidar a nova geração a se levantar e dizer que estamos mais do que prontos para liderar este país."
 
Entre os 16 candidatos à presidência do Timor-Leste nessas eleições, também estão algumas mulheres, como Armanda Berta dos Santos, atual vice primeira-ministra, e a .

Com a proximidade do dia das eleições, sábado, 19 de março, as faixas, as cores dos partidos e panfletos nas ruas não são mais permitidos.
 
Mais de 850 mil pessoas estão registradas para votar - 200 mil são novos eleitores.
 
Se nenhum dos candidatos obtiver mais de 50% dos votos no primeiro turno, um segundo turno entre os dois candidatos mais votados está marcado para 19 de abril.
 

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