Covid-19 em Portugal: no fim da quarta semana, 100 mortes e as autoridades admitem que vai ainda piorar

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Source: Horacio Villalobos Getty Images

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Toda a gente em Portugal sem sair de casa e uma novidade: uns 150 mil brasileiros serão beneficiados pela legalização temporária de residência para terem cuidados gratuitos de saúde.


Em Portugal, em 1 de março foi registado o primeiro caso de infeção Covid-19 e 4 semanas depois, ao começo da manhã deste 29 de março, o número de infetados é de 5170 e o número de mortes uma centena, sendo que mais 24 só na última contagem diária conhecida, a de sexta-feira.

Há a noção de que o cenário seria ainda muito pior se não fosse a boa observação pelos portugueses do estado de emergência que está decretado, com recomendação de que toda a gente fique em casa.

De fato, praticamente não se vê gente nas ruas e nas praças centrais como o Rossio ou o Terreiro do Paço, em Lisboa, e nos Aliados, no Porto, está tudo vazio.

Alguns mais novos tentaram chegar às praias mas está lá a policia e a armada a interditar o acesso.

Nos monumentos tão procurados, como os Jerónimos ou a Torre de Belém, ou em instituições como a célebre pastelaria dos pasteis de nata de Belém, ninguém.
As autoridades sanitárias portuguesas alertam que a crise desta pandemia ainda vai no começo de efeitos em Portugal. A ministra da saúde acaba de prever, com o parecer de peritos, que o pico da crise venha a acontecer apenas daqui a dois meses, finais de maio.

As implicações econômicas são tremendas, mas a proteção de vidas é prioridade, portanto lojas, fábricas, escolas e serviços, tudo vai continuar fechado.

Funciona o tele trabalho, o tele ensino e o take away de restaurantes e farmácias.

O governo português está a assegurar salários de quem ficou parado na emergência.

Também já decidiu que todos os estrangeiros à espera de autorização de residência passam a ter residência temporária autorizada, portanto acesso gratuito aos serviços de saúde.

Muitos africanos, também muitos trabalhadores asiáticos, designadamente nepaleses e do Bangladesh, são os principais beneficiários.

As autoridades sanitárias portuguesas alertam que os números deste sábado (5170 infetados, 100 mortos), vão crescer muito.

Há enorme sobressalto com o que se passa em lares para idosos.

Cerca de 100 mil pessoas com mais de 70 anos vivem em Portugal nesses lares.

Alguns, muito qualificados, outros, muito pouco. Alguns, de baixo preço, funcionam clandestinamente.

A contaminação está a disparar nesses lares. Os idosos, de facto, não saem à rua. Mas quem trata deles entra e sai e o contágio propaga-se.

Só num lar de Vila Real no nordeste de Portugal, viviam 98 pessoas. Foram testadas: 78 das 98, contaminadas pelo Covid-19. Estão agora em hospitais militares. Multiplicam-se casos como estes.

4500 médicos já aposentados responderam ao apelo e voltaram ao serviço público. O mesmo com enfermeiros.

Portugal adotou medidas de confinamento mais cedo que outros países.

Pode ser uma explicação para números não tão dramáticos como os da vizinha Espanha – uma calamidade – só nas últimas 24 horas desta semana 832 mortos – são já 5690 os falecidos pelo Covid-19 em Espanha

Itália – só na sexta-feira - anunciadas mais 969 mortes e assim, um total de 9.134 mortes pelo vírus.

Números globais:

França – 1.696 mortes

Países Baixos – 546 mortos

Bélgica – 353 mortes

O Reino Unido tergiversou, reagiu tarde, e já tem mais de 1000 mortos - 260 só num dia, na sexta-feira.

Nos Estados Unidos, que emergem como o novo epicentro da pandemia, há mais de 100 mil contágios, 1.646 mortos e zonas críticas em Nova Iorque e Califórnia.

Enorme preocupação, o Brasil.

E no começo deste 2020, quase ninguém imaginava esta calamidade a chegar.

Há quem diga, explorando o humor que também faz falta: este 2020 veio com defeito, venha um novo.

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