Rússia inicia operação militar especial na Ucrânia. Já há relatos de explosões em algumas cidades

Putin

普京表示有意停火並建議展開談判。 Source: Alexei Nikolsky/Sputnik/Kremlin Pool Photo via AP, File

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Presidente Putin autorizou início da operação na Ucrânia por volta das 14h desta quinta-feira (horário de Sydney). Ele disse às forças ucranianas que deponham as armas imediatamente. Presidente dos EUA afirma que ataque russo é injustificável e que Putin escolheu uma guerra premeditada. Há relatos na imprensa de sons de explosões em Kharviv, Kiev e outras cidades da Ucrânia


Em um raro pronunciamento feito à população russa ao vivo na televisão, Vladimir Putin anunciou uma operação militar especial da Rússia na região leste da Ucrânia.

O líder russo disse que as atuais circunstâncias requerem uma ação imediata do seu governo e alertou as nações do ocidente que se uniram para impor sanções ao país sobre a possibilidade de "consequências nunca vistas antes" caso elas interfiram nas ações do governo russo.

Ao acusar os Estados Unidos e seus aliados de ignorar as demandas da Rússia de prevenir que a Ucrânia se juntasse à OTAN, Vladimir Putin também falou aos militares ucranianos que deponham suas armas e voltem para casa.
No seu discurso na televisão, Putin disse que os interesses da Rússia não são negociáveis e que ele está disposto a dialogar sobre problemas difíceis.

"Podemos ver a difícil situação internacional e as ameaças colocadas pelos desafios atuais, como a erosão do sistema de controle de armas e as atividades militares da OTAN. E, no entanto, os apelos da Rússia para construir um sistema baseado em segurança igual e indivisível que defenda de forma confiável todos os países permanecem sem resposta. Nosso país está sempre aberto ao diálogo direto e honesto e pronto para buscar soluções diplomáticas para as questões mais complicadas. Mas quero repetir que os interesses da Rússia e a segurança de nosso povo são incondicionais. Assim, continuaremos a fortalecer e modernizar nosso exército e marinha, aumentar sua eficiência, fornecer os equipamentos mais avançados."

Logo após o anúncio russo, tiveram início os relatos na imprensa de sons de explosões nas cidades de Kharkiv, Kiev, e outras. Segundo fonte do governo ucraniano, centros de comando militar nessas duas cidades foram atacados com mísseis. 

Um comunicado do presidente dos EUA Joe Biden divulgado após o anúncio de Putin diz que “As orações de todo o mundo estão com o povo da Ucrânia esta noite, que sofre um ataque não provocado e injustificado das forças militares russas. O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano. A Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma unida e decisiva. O mundo responsabilizará a Rússia".
Através da sua conta no Twitter, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, disse ter falado com alguns líderes mundiais, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro inglês Boris Johnson. Ele disse que a Rússia deve ser forçada à paz.
O Secretário-Geral das ONU fez um apelo para que Vladimir Putin dê uma chance à paz em vez de enviar tropas contra a Ucrânia.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu nessa quarta-feira com o ministro das relações exteriores da Ucrânia alertando que uma guerra em larga escala vai perturbar a ordem mundial.

Antonio Guterres está pedindo a contenção da escalada no conflito enquanto uma reunião de emergência é realizada para tratar as crescentes tensões entre a Rússia e a Ucrânia.

"Não há lugar para ações e afirmações que possam levar essa situação perigosa ao abismo. É hora de estabelecer um cessar-fogo e retornar ao caminho do diálogo e negociações para salvar as pessoas na Ucrânia e além do flagelo da guerra."
O primeiro-ministro Scott Morrison disse que a Rússia poderia retaliar as sanções australianas com um ataque cibernético.

A Ucrânia foi vítima de um ataque cibernético de limpeza de dados em massa nessa quinta-feira, com o governo do país do leste europeu, o Ministério das Relações Exteriores e sites de serviços de segurança do estado como alvos.

A Austrália assinará formalmente suas sanções contra a Rússia, que se tornarão lei nesta sexta-feira e entrarão em vigor no final de março.

Ao falar em uma coletiva de imprensa, Morrison disse que os ataques cibernéticos maliciosos são um perigo cada vez maior para as organizações australianas, e pediu que elas revisem suas medidas de proteção.

"O Centro Australiano de Segurança Cibernética não está ciente de nenhuma ameaça atual ou específica contra organizações australianas, mas está adotando uma postura de segurança cibernética aprimorada e já faz algum tempo, e o aumento do monitoramento de ameaças ajudará a reduzir as ameaças às organizações australianas. O Centro Australiano de Segurança Cibernética recomenda que as organizações adotem urgentemente uma postura aprimorada de segurança cibernética."
O primeiro-ministro também está incentivando outros países a denunciar o comportamento da Rússia, dizendo que a Austrália agirá de acordo com seus aliados.

Morrison diz que espera um aumento de curto prazo nos preços da gasolina, em linha com um salto antecipado nos preços mundiais do petróleo.

O governo federal também está estendendo os vistos de ucranianos na Austrália cujas autorizações terminam em 30 de junho.


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