Portugal prepara receitas contra a obesidade juvenil

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Source: Trang Doan/ Pexels

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Confira a crônica desta semana do correspondente da rádio SBS, em Lisboa, Francisco Sena Santos.


O que é uma refeição saudável para uma criança em idade escolar?

José Avillez, um dos mais prestigiados chefs portugueses escolheu um menu recomendado que está hoje publicado como estímulo no semanário Expresso.


Para começar, uma sopa de feijão com couve-lombarda. É uma sopa que dá força e que combina as leguminosas com outros legumes. Saudável, portanto.


A segunda escolha é um prato de perninhas de frango assadas com batata-doce assada e salada a acompanhar. Rico em fibras e vitaminas e com um custo baixo.


Para sobremesa, uma fruta da estação, que faz com que o fim da refeição seja saboroso e, mais uma vez, rico em vitaminas.

Uma alimentação saudável não é só benéfica para o corpo, mas também para a mente e Portugal não escapa à praga da obesidade infantil e juvenil.


Está a ser trabalhada uma estratégia para mudar hábitos alimentares.

É apreciada uma campanha desenvolvida no Reino Unido: Foram distribuídos e afixados em escolas primárias cartazes com personagens de banda desenhada representando crianças a comer — e a apreciar! — fruta e vegetais, utilização de taças coloridas para servir fruta fatiada, colocação de etiquetas junto à fruta e vegetais com nomes criativos e o desenho dessas personagens. Foram estas as medidas adotadas num estudo em escolas primárias do Reino Unido para aumentar o consumo de fruta e vegetais pelas crian­ças ao almoço. Resultado? 46% das crianças passaram a comer mais fruta.


Em Portugal, até agora, o caminho seguido tem sido restringir. O Governo proibiu a venda nas escolas de alimentos como pizas, hambúrgueres, croissants, rissóis, pão com chouriço, rebuçados e batatas fritas.

Há quem conteste estas proibições, invocando que é uma estratégia perniciosa, já que, como diz a sabedoria popular, ‘o fruto proibido é o mais apetecido”.


Estão a ser discutidas estratégias para estimular a alimentação saudável.


Uma estratégia com resultados reconhecidos, sobretudo junto de crianças mais novas, é a de dar nomes criativos aos vegetais e frutas e colocar etiquetas com esses nomes junto aos alimentos em causa. Por exemplo, relacionando-os com superpoderes, como as cenouras que fazem ver mais.


Disponibilizar às crianças fruta fatia­da, em vez de estar inteira, também ajuda ao aumento do seu consumo. Um estudo envolvendo seis escolas (643 estudantes) em Nova Iorque, nos Estados Unidos, concluiu que fatiar maçãs levou a um aumento da média diária de venda de maçãs às crianças.


Outra medida com bons resultados é levar às escolas influenciadores para falarem sobre a importância de escolhas nutricionais saudáveis. Um dos melhores exemplos são os campeões do desporto.


Uma ideia mais: ter uma horta na escola, onde as crian­ças estão envolvidas, ajuda-as a ser parte ativa do plano alimentar. Incluir com frequência vegetais da horta no menu escolar — indicando a sua origem — leva os alunos a querer comê-los.


Como todos sabemos, passa pela alimentação a qualidade da saúde.



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