Do pesadelo do congestionamento diário até a pressão nos serviços essenciais, o Ministro para a Imigração David Coleman diz que muitas pessoas na Austrália escolhem viver nos mesmos lugares. E isso é um problema.
"Cerca de 70% da população total australiana está em Sydney, Melbourne e Brisbane", diz.
O governo quer mais imigrantes qualificados mudando-se para regiões regionais, e anunciou um aumento no total de lugares com este status de 23 mil para 25 mil.
A definição de regional também está mudando.
A partir da metade de novembro, Perth e Gold Coast não serão mais classificadas como "cidades principais".
Os trabalhistas dizem que o governo previamente declarou que a classificação de Gold Coast não mudaria. O líder da oposição Anthony Albanese questiona os motivos do governo.
"Onde está a evidência de que a comunidade persuadiu para considerar Perth uma cidade regional? Perth é uma capital. No passado, o governo excluiu Perth do fundo de desenvolvimento regional".
O Ministro para a Imigração David Coleman defende a decisão.
"Perth foi classificada como locação regional sob o programa até 2017. Estamos voltando ao status regional. E temos também o pedido de Gold Coast. E queremos dar para as pessoas que se instalarem fora de Sydney, Melbourne e Brisbane tantas oportunidades quanto teriam nessas cidades, porque as metrópoles concentram o grande volume de crescimento populacional da Austrália".
Sob o programa de migração, migrantes com o "skilled visa" que vivem e trabalham nessas áreas por ao menos três anos são elegíveis para a residência permanente.
Estudantes nestas regiões também serão elegíveis a permanecer mais tempo com um visto de trabalho pós-estudos.
Alexandra Long, da Rede Multicultural de Assuntos da Juventude de New South Wales, diz esperar o devido apoio do governo a fim de amenizar a transição para os estudantes.
"Será fantástico ver estudantes internacionais assistidos para entrar nessas universidades. Mas, de novo, acredito na necessidade de se haver um bom plano para colocar em prática uma política bem sucedida para eles. Por exemplo, pensar em moradia adequada e acessível. Recentemente tivemos alguns desafios em relação a racismo, e até violência em alguns casos, contra estudantes de fora. Então é bem importante que levemos em conta estes desafios."
Porém, Anthony Albanese diz que vistos temporários não deveriam ser priorizados antes de dar aos australianos desempregados o apoio para preencher as vagas de emprego na Austrália regional.
"Tivemos mais de 500 mil vistos de trabalho temporários emitidos sob este governo, ao mesmo tempo em que há taxas significativas de desemprego entre jovens e significativa escassez de talentos. Precisamos combinar as vagas disponíveis agora e as que serão disponíveis nos próximos anos com os australianos, sejam os jovens buscando o primeiro emprego, sejam os mais velhos voltando ao mercado de trabalho".
Enquanto isso, o Ministro da Imigração David Coleman mostra que o total de novos imigrantes sob o programa de imigração permanente da Austrália foi, no ano passado, o menor dos últimos 10 anos.
Mas ele diz que os 19 milhões de dólares investidos em processamento prioritário aumentou em 124% o número de vistos regionais concedidos em comparação ao ano passado.
"Portanto, reduzimos a entrada total de migração, e este ano reduziremos novamente, mas reconhecemos ser importante não apenas o governo focar no número total de migrantes, mas também na distribuição e onde eles devem ir, e o que estamos dizendo é que focamos em assegurar que as pessoas se fixem na Austrália regional, onde as oportunidades estão".
