Nova Zelândia em alerta para o que pode ser o primeiro caso de coronavírus local em meses

New Zealand Prime Minister Jacinda Ardern.

New Zealand Prime Minister Jacinda Ardern. Source: AAP

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O caso foi descoberto em uma mulher que testou positivo após ter cumprido quarentena obrigatória de hotel de 14 dias. Ministério da Saúde teme nova variante do vírus.


Autoridades de saúde da Nova Zelândia estão investigando o que pode ser provavelmente o primeiro caso de coronavírus adquirido localmente do país em meses, em uma mulher que retornou recentemente do exterior.

A mulher de 56 anos, que retornou à Nova Zelândia no dia 30 de dezembro, testou positivo para a COVID-19 dias depois de sair da quarentena obrigatória de duas semanas, onde ela havia testado negativo duas vezes. 

"Estamos trabalhando com o pressuposto de que este é um caso positivo e que é uma variante mais transmissível, seja aquela identificada primeiro na África do Sul ou no Reino Unido, ou potencialmente no Brasil - ou outra variante transmissível", disse a Diretora-Geral de Saúde Ashley Bloomfield em uma entrevista coletiva.

Não se sabe como a mulher foi infectada ou se a infecção é nova, disse a Dra. Bloomfield. Mas como a mulher testou positivo vários dias depois de ser liberada da quarentena e estava em casa, as autoridades estão tratando o caso como uma "provável transmissão local".

A Nova Zelândia, uma das nações desenvolvidas mais bem-sucedidas no controle da propagação da pandemia, registrou pela última vez uma transmissão comunitária de coronavírus no dia 18 de novembro, de acordo com o site do Ministério da Saúde.

A Dra. Bloomfield disse que é muito cedo para exigir um novo bloqueio, sem nenhuma evidência de que a mulher transmitiu a doença a alguém mais.

Quatro contatos próximos foram identificados e, embora nenhum seja sintomático, cada um recebeu ordem de fazer testes - junto com seus contatos próximos.

Em um vídeo ao vivo na noite de domingo, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, disse que as autoridades estavam trabalhando para confirmar por meio do sequenciamento do genoma se a mulher tinha um caso de início tardio do vírus, que ela contraiu no exterior, ou se eles foram infectados durante a quarentena de hotel.

Ela disse que a primeira opção "não é comum, mas possível", com os resultados dos testes esperados em 24 horas.

"Às vezes, há uma tendência para culpar, e a mensagem que realmente quero compartilhar aqui é que o mais importante para nós é que as pessoas, quando não estiverem bem, continuem a fazer o teste", disse Ardern.
A file photo of New Zealand Prime Minister Jacinda Ardern.
A file photo of New Zealand Prime Minister Jacinda Ardern. Source: Getty
"E as pessoas são menos propensas a fazer isso se sentirem que serão atacadas se forem positivas. Portanto, realmente precisamos que as pessoas não julguem ninguém que tenha feito a coisa certa e se testado."

Um forte bloqueio e isolamento geográfico ajudou a Nova Zelândia a eliminar o coronavírus dentro de suas fronteiras.

O país de cinco milhões de habitantes teve apenas 1.927 casos confirmados. Mas, com a pandemia crescendo globalmente, mais pessoas estão voltando para a Nova Zelândia com infecções, incluindo as novas variantes, levantando preocupações de que o vírus possa se espalhar na comunidade novamente.

A mulher, que vive em Northland, na Ilha Norte da Nova Zelândia, foi colocada em quarentena ao chegar em uma acomodação de isolamento controlada em Auckland, onde vários casos de COVID-19 altamente contagiosos foram registrados nas últimas semanas.

"Este é um lembrete para todos nós que a pandemia continua e que este é um vírus complicado", disse a Dra.Bloomfield 

Nas redes sociais, diversas pessoas expressaram preocupação e frustração com o novo caso, com um usuário descrevendo as reações no Twitter como um "grito coletivo".

No domingo, houve oito novas infecções, todos viajantes que retornaram ao país e estão em quarentena obrigatória, elevando os casos ativos em quarentena para 79, disse o Ministério da Saúde em um comunicado.

A pressão tem aumentado sobre o governo da primeira-ministra Jacinda Ardern para vacinar a população, mas a Nova Zelândia disse que a maioria de sua população só seria vacinada na segunda metade do ano.

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