Destaques da notícia
- Traumas podem ter um impacto profundo na estrutura e função do cérebro de uma criança, gerando ansiedade e medo.
- Com a ajuda certa, uma criança pode se recuperar de traumas recentes e mais antigos.
- Em alguns casos, obter ajuda professional o quanto antes, pode ser essencial na recuperação de traumas em crianças.
De acordo com Dr. Dave Pasalich, professor sênior e psicólogo clínico da Faculdade de Medicina e Psicologia da Universidade Nacional Australiana (ANU), em Camberra, as crianças podem sofrer traumas de várias maneiras.
“As crianças sofrem traumas quando são expostas a eventos muito prejudiciais ou ameaçadores e se sentem oprimidas, angustiadas e desamparadas. Esses eventos intensos incluem coisas como desastres naturais ou acidentes de carro, guerra, violência, abuso e até separações drásticas dos pais ou cuidadores.”
Norma Boules faz parte do projeto de Intervenção Precoce no em Parramatta, na Grande Sydney.
Boules diz que durante os seus 17 anos de trabalho no CMRC, um dos desafios mais significativos tem sido ajudar os pais a reconhecer quando os seus filhos estão com dificuldades e precisam de ajuda.
Além de focar em casos individuais, Boules também supervisiona vários programas de educação parental, incluindo o programa Círculo de Segurança, que ajuda os pais a compreender melhor o universo emocional de seus filhos. Credit: Mikael Vaisanen/Getty Images
O impacto do trauma no cérebro
O Dr. Pasalich explica que o trauma, especialmente quando vivenciado durante períodos críticos de desenvolvimento, pode impactar profundamente a estrutura e função do cérebro.
Em geral, o trauma pode afetar a forma como as crianças se comportam, como pensam, como se sentem e como se relacionam com os outros.
O Dr. Pasalich diz que o sistema límbico do cérebro pode tornar-se mais sensível a possíveis ameaças, levando ao aumento das respostas de ansiedade e medo.
“Crianças que vivenciam exposição prolongada a eventos traumáticos mudam seu cérebro e corpo para o modo de sobrevivência. E fazem isso para se adaptar ao caos e ao perigo constante."
Se uma criança é exposta a muita violência em casa, ela pode se sentir mais alerta ou hipervigilante durante a maior parte do dia, mesmo quando a violência não está acontecendo. Credit: MoMo Productions/Getty Images
O que os pais e responsáveis podem fazer para ajudar?
Melanie Deefholts, trabalha há 14 anos como conselheira apoiando pais e professores em escolas por toda a Austrália. Ela enfatiza a importância de os pais e cuidadores cuidarem do seu próprio bem-estar mental e emocional.
É importante entender o papel que desempenhamos em criar uma base sólida de desenvolvimento para as criaças, que dificilmente irá acontecer se estivermos desestabilizados emocionalmente.
O Dr. Pasalich diz que é importante que os pais e responsáveis estejam sintonizados com os sentimentos e necessidades da criança.
“É muito importante que os pais, em primeiro lugar, usem o que chamamos de educação sensível. Essencialmente significa estar curioso sobre o que o comportamento de seu filho pode estar lhe dizendo sobre suas necessidades mais profundas."
Segundo o Dr Pasalich, manter um relacionamento seguro com seu filho é a tarefa mais importante para ajudar na sua recuperação após a exposição a eventos traumáticos. Credit: aquaArts studio/Getty Images
- Consulte seu médico clínico geral, especialista em saúde mental, como psiquiatra, psicólogo, conselheiro ou assistente social
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