Colapso da Virgin Australia: restrições do Covid-19 e dívida levam empresa à beira do abismo

Grounded Virgin Australia planes at Tullamarine Airport in Melbourne.

Virgin Australia planes at Tullamarine Airport in Melbourne. Source: AAP

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A empresa entrou em “administração voluntária”, constituída por especialistas em insolvência da empresa de auditoria Deloitte, que tentará reestruturar o negócio e encontrar novos donos para manter os aviões no ar.


Em um comunicado divulgado na manhã de terça-feira (21), a Virgin informou que nomeou os parceiros da Deloitte como administradores conjuntos.

As restrições de viagens impostas pelo surto do Covid-19 privaram a empresa – que já estava afogada em dívidas – da receita para continuar operando. Mais de 10 consórcios manifestaram interesse na empresa, disse a Deloitte.

As companhias aéreas no mundo todo foram fortemente impactadas por proibições de viagens domésticas e internacionais.

A Virgin Australia, que deu férias coletivas para 80% dos seus 10 mil empregados, vai continuar operando vôos para trabalhadores essenciais, frete e repatriamento dos australianos.

Vaughan Strawbridge, um dos quatro administradores da Deloitte, disse que o futuro da companhia aérea deve ficar claro em dois a três meses. Ele disse que não planeja mudar as operações da Virgin Australia ou demitir trabalhadores.

"Geralmente, você obtém o melhor resultado quando vende o negócio como um todo [e não em partes], essa é definitivamente a abordagem preferida", disse Strawbridge, administrador.

O destino da Virgin Australia, que tinha dívidas de mais de AU$ 5 bilhões (US $ 3,2 bilhões) até o final de 2019, ficou na balança depois que seu pedido de ajuda estatal fracassou.

A empresa havia pedido ao governo um empréstimo de AU$ 1,4 bilhão, conversível em ações, para sair da crise.

Em vez disso, o governo pediu aos acionistas da companhia aérea que intervissem. O apelo final da Virgin Australia - no valor de US $ 200 milhões em auxílio estatal - foi rejeitado na segunda-feira, afirmou o CEO Paul Scurrah.

Quase totalmente de propriedade de companhias aéreas estrangeiras, a Virgin Australia é um experimento único na aviação. A Singapore Airlines Ltd., Etihad Airways PJSC, HNA Group Co. e Nanshan Group Co. possuem cada um cerca de 20% da empresa. O Virgin Group de Richard Branson possui cerca de 10%.

Em uma carta aos funcionários da Virgin na segunda-feira, o bilionário britânico disse que suas companhias aéreas no Reino Unido e na Austrália não sobreviveriam à crise sem o apoio do governo.

Branson disse que está fazendo todo o possível para manter a Virgin Atlantic Airways Ltd. com sede em Crawley, na Inglaterra, mas precisa de um empréstimo do Reino Unido para enfrentar a tempestade.

Um administrador voluntário geralmente é nomeado pelos diretores depois que eles decidem que a empresa é insolvente ou está se aproximando da insolvência. A Virgin Australia tinha cerca de AU$ 1,1 bilhão em dinheiro no final de 2019. A companhia aérea sempre foi vencida pela Qantas em um mercado onde só existem ‘duas grandes companhias aéreas’ na Austrália e não apresenta lucros há sete anos.

As pessoas na Austrália devem ficar pelo menos a um metro e meio de distância dos outros e encontros estão limitados a duas pessoas, a não ser que esteja com a sua família ou em casa.

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