O plano foi anunciado pelo ministro do turismo Marcelo Álvaro Antônio e surpreende pois muda o posicionamento histórico que sempre exigiu reciprocidade para isenção de visto. A proposta deve entrar na lista de prioridades para os 100 primeiros dias do governo.
Atualmente, o Brasil aplica medidas de vistos recíprocos para diversos países.
Visitantes da União Europeia e países como a Nova Zelândia podem entrar sem visto para viagens curtas de lazer ou negócios.
Mas visitantes da Austrália, Estados Unidos, Canadá e Japão têm que pagar taxas de visto equivalentes às taxas que esses países aplicam aos brasileiros. No caso da Austrália, por exemplo, o visto de visitante mais barato é de AUS $ 140 (R$ 376).
Para a agente de imigração na Austrália, Karina Spooner, tirar visto para visitar o Brasil é uma grande burocracia “e os consulados no exterior já tem um volume altíssimo de trabalho, tendo em vista a quantidade cada vez maior de brasileiros no exterior”.
Os quatro países já fazem parte da lista dos países que podem obter visto pela internet. Desde a implantação do visto eletrônico (e-visa) pelo governo brasileiro em 2017, cidadãos da Austrália, Estados Unidos, Canadá, e Japão podem obter seus vistos de turista sem a necessidade de comparecer a um consulado.
De acordo com o Ministério do Turismo a criação do ‘e-visa’ fez com que os pedidos de entrada no Brasil provenientes dos quatro países aumentasse substancialmente.
O visto eletrônico acelerou o processo e foi uma inciativa de sucesso para a atração de turistas estrangeiros. Em fevereiro e março 2018, os dois primeiros meses que a medida entrou em vigor nos quatro países beneficiados – Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão –, a solicitação de vistos para o Brasil apresentou crescimento de 48,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O número de autorizações de entrada no país, de acordo com levantamento do Ministério das Relações Exteriores (MRE), saltou de 29.697 para 44.007.
Dos 44.007 vistos emitidos em fevereiro e março, 32.035 (72,8%) foram eletrônicos, os chamados e-Visas. Os americanos foram os que mais aproveitaram a facilidade, 23.472, seguidos dos australianos com 3.707 e-Visas. No terceiro lugar, aparecem os canadenses, com 3.161 vistos, e o Japão com 1.695.
O primeiro beneficiado com a medida do e-visa foi a Austrália, em novembro de 2017. Em janeiro de 2018 foi a vez de Japão, Canadá e Estados Unidos contarem com a facilidade.
Com o visto eletrônico, o processo de solicitação e emissão da autorização para entrada no país dura, em média, 72 horas contra os 40 dias necessários anteriormente.
"Esses países têm baixo risco de imigração, são bons para os turistas, bons no volume de gastos e não têm problemas consulares. Nosso objetivo é aumentar o turismo e, assim, criar empregos e renda para o Brasil", disse o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Marcelo Álvaro Antônio, a AFP.
Ele também disse que é a favor de tornar a entrada mais fácil para os visitantes chineses.
Países que exigem visto de turista dos brasileiros
Afeganistão, Angola, Arábia Saudita, Argélia, Austrália, Azerbaijão, Bangladesh, Bahrein, Belize, Benin, Brunei, Burkina Faso, Burundi, Butão, Cabo Verde, Camarões, Camboja, Canadá, Catar, Chade, China, Comores, Coreia do Norte, Costa do Marfim, Cuba, Djibuti, Egito, Emirados Árabes Unidos, Eritreia, Estados Unidos, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiana Francesa, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Iêmen, Ilhas Cook, Ilhas Kiribati, Ilhas Marianas, Ilhas Marshall, Ilhas Maurício, Ilhas Salomão, Índia, Irã, Iraque, Japão, Jordânia, Kuwait, Laos, Lesoto, Líbano, Libéria, Líbia, Madagascar, Malawi, Mali, Mauritânia, Moçambique, Moldova, Myanmar, Nepal, Níger, Nigéria, Omã, Papua-Nova Guiné, Paquistão, Quênia, Quirguistão, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Síria, Somália, Sri Lanka, Suazilândia, Sudão, Sudão do Sul, Tadjiquistão, Taiwan, Tanzânia, Timor Leste, Togo, Turcomenistão, Uganda, Uzbequistão, Vanuatu, Vietnã, Zâmbia e Zimbábue.
A Austrália não exige visto de turista dos seguintes países
Andorra, Áustria, Bélgica, Brunei, Canadá, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hong Kong (SAR da China), Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Liechtenstein, Luxemburgo, Malásia, Malta, Mônaco, Noruega, Portugal, República de San Marino, Cingapura, Coreia do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Taiwan, Holanda, Reino Unido (cidadão britânico), Estados Unidos e Cidade do Vaticano.
"Nosso objetivo é aumentar o turismo e, assim, criar empregos e renda para o Brasil", disse o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Marcelo Álvaro Antônio. Source: AAP Image/ AP Photo/Felipe Dana
