18 mortes num só lar em Reguengos: a COVID expõe o descaso em lares para idosos

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مشروع قانون "القتل أو الموت الرحيم" سيُطرح للمداولة في نيو ساوث ويلز في عام 2021. Source: Wangyi News

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Reguengos tem um lar para idosos que alojava 84 pessoas. Morreram 16 desses 84 idosos, mais uma cuidadora e um motorista que levava abastecimentos a esse lar.


O Alentejo é o Portugal para sul, está entre Lisboa e o Algarve.

É a região mais despovoada de Portugal, mas belíssima, com magnífica costa atlântica e o interior rico em vinhas, sobreiros e oliveiras, também cidades históricas como Évora e lugares com mais de 1000 anos de história como Estremoz, Borba, Vila Viçosa, Marvão ou Monsaraz.

Precisamente na base do monte onde está Monsaraz com o castelo de onde se avista o imenso Alqueva, um dos maiores lagos da Europa, está Reguengos de Monsaraz, um lugar que fica símbolo da tragédia covid em Portugal.

Reguengos tem um lar para idosos que alojava 84 pessoas.

Morreram 16 desses 84 idosos, mais uma cuidadora e um motorista que levava abastecimentos a esse lar.

Este caso do lar de Reguengos de Monsaraz está a ser muito discutido em Portugal por ser ao mesmo tempo um exemplo de descuido e um alerta para a negligência generalizada em lares do país.

Um relatório da Ordem dos Médicos sobre uma visita a esse lar de Reguengos relata as lastimáveis condições de alojamento: “Quartos de quatro ou cinco camas numa parte do edifício antigo, degradado, com calor extremo, cheiro horrível, lixo no chão, vestígios de urina seca no pavimento”. Mais: “Vemos doentes acamados, desidratados, desnutridos, alguns com escaras e com pensos repassados, alguns só usando uma fralda, completamente desorientados.”

Morreram em volta deste lar de Reguengos, 18 pessoas.

Há centenas de lares em Portugal, sendo que grande parte deles, clandestinos, para escaparem às condições de alojamento exigidas pelo Estado e assim poderem ser mais baratos.

É uma realidade da qual muita gente tinha noção, mas quase todos faziam de conta que não sabiam.

Metade dos 1800 óbitos causados em 6 meses pela covid em Portugal resultam d contágios em lares. Também é facto que quase todos os casos envolvendo pessoas acima dos 85 anos de idade e com problemas de saúde associados. Por isso mesmo a exigirem mais cuidados que, no entanto, na maioria dos casos falharam.

Falharam em Reguengos onde houve estes 18 mortos.

Falharam no lar de Torres Vedras, com seis mortes.

Falharam em muitos outros lugares.

Agora, está em curso uma vistoria geral a todos os mais de 1000 lares em Portugal, a maioria de propriedade privada.

Há orientações para fechar os que não tiverem condições satisfatórias.

Estão a ser providenciadas pelo Estado instalações alternativas, até mesmo quartéis do Exército. O governo anuncia grandes investimentos neste setor.

Mas é um caso em que se aplica um velho provérbio português: depois de casa roubada, trancas na porta.

Seja como for, mais vale tarde do que nunca.

E isto quando em Portugal o surto de covid parece sob controlo. Ainda há cerca de 200 contágios diários, mas os hospitalizados são agora menos de 300.

A covid infetou 55 mil pessoas em Portugal, mais de 40 mil estão recuperadas.

Há 13 mil casos ativos, quase todos assintomáticos, mas com as pessoas isoladas no confinamento obrigatório.

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