A surpresa surgiu a escassos dois dias do jogo de estreia dos portugueses neste Mundial na Rússia. A Federação de Futebol de Espanha decidiu, sumariamente, afastar o selecionador principal, Julen Lopetegui e rescindir contrato com ele. A surpresa tinha começado na véspera, quando foi anunciado que Lopetegui seria treinador do Real Madrid, sucedendo a Zidane, logo a seguir a este Campeonato do Mundo.
Lopetegui, com 51 anos, tinha renovado contrato com a seleção espanhola até 2020. Antes de chegar a máximo treinador da equipa de Espanha, tinha sido treinador do Futebol Clube do Porto, sem alcançar títulos, tanto no campeonato português como na Europa. Foi despedido abruptamente a meio da época 2016-17. A escolha, a seguir, de Lopetegui para dirigir uma seleção que já foi campeã do mundo e europeia, causou surpresa. A surpresa foi ainda maior quando na semana em que a Espanha defronta Portugal para iniciar este Mundial, é anunciado que Lopetegui assinou contrato com o Real Madrid.
Chovem críticas em Espanha: “É lícito mas é feio, Lopetegui pôs a carreira à frente do atual trabalho”, critica Iñako Diaz-Guerra, no El Mundo. José Sámano pergunta no El País: “Onde é que Lopetegui tinha a cabeça nestes dias de preparação da seleção?”. Há quem também o critique pelos fartos elogios que dirigiu na semana passada a Cristiano Ronaldo, adversário neste fim de semana mas jogador do clube que, Lopetegui já então sabia, vai treinar na próxima temporada.
Ao anunciar o despedimento de Lopetegui, o presidente da Federação Espanhola, Luís Rubiales, lastimou que este caso “gere uma situação muito delicada para a seleção espanhola”. Desejou que da “debilidade nasça a força”.
Nas tertúlias na rádio espanhola o comentário dominante é o de que “nunca se viu assim, um selecionador que tem na equipa, sobretudo jogadores do Real Madrid e do Barcelona, antes de começar uma campanha crucial, anuncia que é de um desses clubes”.
O ex-futebolista Fernando Hierro, atual diretor desportivo da Federação de Futebol de Espanha, está apontado para tomar o comando da seleção espanhola.
Do lado português, a orientação repetida é a de que todos se concentrem no apuramento do seu estilo de jogo. O selecionador português, Fernando Santos, quer que os casos fiquem fora do estágio, sejam os dos adversários (a saída abrupta do selecionador), sejam os próprios (rutura de quatro jogadores, Patrício, William, Bruno Fernandes e Gelson, com o Sporting, com invocação pelos jogadores de justa causa para saírem).
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